Se não apenas pedaço de pó
Que estranho gostar é este que trago comigo,
Que quando tentam meus ouvidos,
Encher com palavras de mal dizer.
Mais eu teimo em não querer,
Escutar difamar, ou tentar trazer para baixo gente de cima.
Se um dia eu for enganado, ou esclarecido,
Que seja pelo que os meus olhos alcançam,
A minha mente perceba, ou possa decifrar,
Não pelo que os meus ouvidos possam escutar.
Tempos de raivas e ódios acumulados,
Dentro de peitos vazios de claridade,
Tempos de guerras em nome de um Deus
Que tudo criou por amor e paz.
Então ai lembro as palavras,
Vindas de um peito iluminado,
De um gigantesco poeta, que um dia escreveu,
Sei que sou,
Sei por onde vou,
Sei que não vou por ai,
E ai, levanto meus braços ao céu e grito
Obrigado meu Senhor por tão enorme dadiva
Por aqui teres colocado, neste lugar gente tão iluminada assim,
Para nos ensinar os caminhos que não deveremos percorrer,
E penso mais,
Que alguns vem cá a esta vida, este lugar,
Para tanto amor entregar,
Para sempre neste lugar, algo de tanto gostar poder deixar,
E outros passarem por ela sem deixar o mínimo rasto,
Se não apenas um pequeno pedaço de pó.
Eduardo Jorge 23-03-07