Bailarina
que em passos de sonhos,
Constróis
teus caminhos de fado,
Teus passos
de pé pequenino,
Requestavam
os direitos de um progenitor ausente,
Desinquietado
pelas ondas da incoerência,
E tu,
bailarina, seguias rodopiando,
Sem entender
o porque da carência,
O porque
de não poderes abraçar,
E o direito
de repisares a tua dança,
Bailarina
em passos de fantasia,
Construindo
atalhos do teu próprio destino.
Nesta
vida de intolerâncias,
Marcada
por passos de aprendizagem,
Teu rosto
de menina, teus pés pequeninos,
Entregam-se
a passos ritmados,
Para ti,
estranha coreografia,
Que tu
bailarina teimas dançar,
Voando
até onde o passo de sonho,
Te possa
entregar sem delineações,
Dos direitos
de aprovares o seres amada.
Teus passos
mais leves que o tempo,
Doam recados
em dança sentida,
Teus gestos
de beleza natural,
Rodam
a roda da vida, sem contrariares o teu direito,
De dançares
até onde o sonho te possa levar,
Até onde
o teu pisar, te possa entregar,
Menina
bailarina, amor ressentido,
Minha
solidão de anos perdidos e de peso imedível,
Minha
memória de padecimento, bailado inacabado,
Que a
seu tempo se fará dança completa.
A minha
filha - Maria Beatriz Azenha Enes Jorge
Eduardo
Jorge em 13 de Agosto de 2008